
Cinco meses, quinze anos ou cinquenta e seis anos… O tempo é apenas um detalhe quando amor e companheirismo se encontram na decisão do tão sonhado “sim”.
Durante a 3ª edição do projeto Enfim, Casados!, realizada a partir de uma parceria entre a Defensoria Pública do Estado de Roraima e o Tribunal de Justiça de Roraima, por meio da Vara da Justiça Itinerante e da Corregedoria-Geral de Justiça, 267 casais oficializaram a união na tarde de sexta-feira (16).

A cerimônia coletiva representou mais do que a formalização de relacionamentos: foi uma celebração de amor e cumplicidade, como destacou a diretora da Escola Judicial, Desembargadora Tânia Vasconcelos.
“É uma grande alegria emprestar testemunho a esse momento em que as pessoas que já vinham se escolhendo, que estão se escolhendo nesse momento, vêm até a presença do Estado firmar esse compromisso oficialmente.”
A ação contou também com o apoio da Prefeitura de Boa Vista, do Cartório do 1º Ofício Loureiro e do Cartório do 2º Ofício Nathália Gabrielle Lago da Silva, que contribuíram para oficializar a história desses 267 casais.

Entre eles, José Sales Lima, de 76 anos, e Cícera Pereira de Sousa, de 73, chamaram atenção pela longevidade da união. Juntos há 56 anos, o casal que tem nove filhos, finalmente formalizou no papel uma vida inteira construída lado a lado. Naturais do Ceará, moram em Boa Vista há mais de três décadas, onde criaram a família. A decisão de casar partiu de dona Cícera, que soube da oportunidade ao visitar um CRAS.
“Quando a moça perguntou quem queria casar, eu disse logo que queria. Nem pensei muito, depois só fui confirmar com ele”, contou.
Segundo ela, ao saber da proposta, seu José aceitou de imediato.
“Estou feliz. Sempre foi uma boa esposa”, disse ele.
Para Cícera, a cerimônia teve um significado especial.
“Eu estou me sentindo muito feliz, muito bem. A alegria que eu tive na minha vida foi chegar esse dia.”

Além do simbolismo, o casamento civil garante direitos e segurança jurídica aos casais, como destaca o juiz auxiliar da Corregedoria Eduardo Alvares de Carvalho.
“A Corregedoria-Geral de Justiça, em parceria com a Defensoria Pública e os cartórios de Boa Vista, celebra hoje [referência ao dia 16], o casamento coletivo de forma gratuita. É uma ação importante para consolidar o amor dessas pessoas e também trazer segurança jurídica para essa relação.”

Para muitos, o “sim” significou a realização de um sonho antigo e, até então, inacessível. O defensor público-geral, Oleno Matos, destacou a importância social da iniciativa:
“Nós estamos falando de quase 300 casais que não têm condições de arcar com as despesas necessárias para ter o seu casamento legalizado. Só sabe do valor que tem esse momento quem passa por isso. É uma data de renovação de espírito, de ver o congraçamento do amor, a certeza de que a vida vale a pena e de que estamos no caminho certo.”
Entre as histórias que marcaram a cerimônia está a do casal indígena Wapichana Jéssica Chaves da Silva e Michel Caetano. Juntos há apenas cinco meses, garantem que foi amor à primeira vista.
“Foi amor à primeira vista, posso garantir isso. Não só pela nossa regionalidade, por sermos Wapichana, mas a partir do momento em que a gente se encontrou, foi uma coisa apaixonante”, contou Michel.

O casal decidiu oficializar a união no casamento coletivo como forma de selar um compromisso duradouro.
“Decidimos unir nossas vidas para formar essa aliança, para casar, sabendo o quanto isso é importante. Aqui estamos, hoje, para firmar nosso compromisso, que nós sejamos felizes , é o que desejo a todos os casais aqui também: que essa união prevaleça, que fiquem para sempre.”
A matéria possui seis imagens. Abaixo a descrição na ordem de publicação:
Foto 1: Foto colorida mostra um grande grupo de pessoas sentadas em cadeiras brancas dispostas em longas filas, sob uma tenda decorada com tecido branco esvoaçante. Um longo tapete vermelho percorre o centro do corredor entre as fileiras de cadeiras, que se estende até o fundo da imagem. As pessoas estão vestidas com trajes de casamento.
Foto 2: Foto colorida mostra a diretora da Escola Judicial, Desembargadora Tânia Vasconcelos no centro da imagem, segurando um microfone e falando. Ela usa uma blusa branca de manga curta com babados e uma saia preta com bolinhas brancas. Ao fundo, pode-se ver uma faixa verde e há arranjos de flores brancas em vasos dourados na mesa à sua frente.
Foto 3: Foto colorida mostra um casal idoso sorrindo um para o outro e de mãos dadas. O homem, à esquerda, usa uma camisa social cor de pêssego. A mulher, à direita, veste uma blusa branca com um padrão floral laranja. Eles estão sentados ao ar livre, com cadeiras brancas. O sol da tarde ilumina a cena.
Foto 4: Foto colorida mostra o juiz auxiliar da Corregedoria Eduardo Alvares de Carvalho. vestido com um terno azul-claro e uma gravata azul-escura com bolinhas brancas, sorrindo enquanto concede uma entrevista. Ele está ao ar livre, com cadeiras brancas visíveis ao fundo.
Foto 5: Foto colorida mostra um grupo de pessoas sentadas em uma fila, sob uma tenda, com um telão ao fundo. Há 5 mulheres e 4 homens de várias idades, todos vestidos com trajes de gala. Entre eles, o Defensor Público-Geral, Oleno Matos; a Diretora da EJURR, Desembargadora Tânia Vasconcelos; o Juiz corregedor do TJRR, Eduardo Carvalho e a Defensora pública, Elceni Diogo. No telão, pode-se ver a frase “Enfim, casados!” e uma imagem de um carro de casamento.
Foto 6: Foto colorida mostra um casal em primeiro plano, posando para a câmera. O homem, à esquerda, usa uma camisa social rosa clara. A mulher, à direita, usa um vestido branco e um cocar vibrante de penas azuis e laranjas. Ela tem tatuagens com grafismos indígenas em seu braço direito. Ao fundo, outras pessoas e parte de uma estrutura de tenda são visíveis.
Texto: Beatriz Evangelista – Jornalista
Fotos: NUCRI/TJRR
MAIO/2025 – NUCRI/TJRR
Fotos: NUCRI/TJRR
MAIO/2025 – NUCRI/TJRR