A Sesp (Secretaria de Segurança Pública de Roraima), por meio do Deint (Departamento de Inteligência), colaborou com a investigação que levou à identificação de um grupo criminoso especializado em furtos a joalherias no Brasil.
A apuração, conduzida pela Polícia Civil por meio do 3º Distrito Policial, teve apoio da equipe de Inteligência da Sesp, após o segundo caso de invasão a joalherias em Boa Vista em menos de dois anos.
A atuação do Deint ganhou importância estratégica após o furto milionário ocorrido no dia 4 de maio deste ano, em um shopping na zona oeste de Boa Vista, quando criminosos invadiram uma joalheria durante a madrugada, desativaram o sistema de alarme e as câmeras de segurança, arrombaram o cofre e fugiram com joias de ouro. O prejuízo foi estimado em cerca de R$ 1 milhão.
O caso teve semelhanças com outro furto registrado em janeiro de 2024, em uma loja da mesma rede localizada em shopping do bairro Caçari.
“Dentro da Sesp há uma preocupação dos gestores em aplicar recursos, especialmente no setor de inteligência, quando se trata de crimes sensíveis, contra a vida ou de grande repercussão. Nesse caso, tratava-se da segunda ocorrência semelhante, com indícios de atuação de uma quadrilha especializada. Por isso, a Sesp mobilizou o Deint para apoiar a delegacia responsável pela investigação”, explicou o chefe de operações do Departamento de Inteligência.
O trabalho de inteligência envolveu a análise de imagens de câmeras de segurança, cruzamento de perfis e consulta a bancos de dados e fontes abertas. A equipe também realizou contato com agências de inteligência de outros estados, como Pará, Goiás, Bahia e Distrito Federal, com o objetivo de identificar padrões semelhantes de atuação e possíveis suspeitos já investigados por crimes semelhantes.
“Foi um trabalho minucioso, técnico e longo, que incluiu análise de perfis e comparações com imagens coletadas em operações de outros estados. A partir dessas conexões, conseguimos identificar suspeitos que já haviam sido alvos de investigações anteriores. Com base nesse material, relatórios foram enviados à autoridade policial, que se convenceu da ligação dos investigados com o crime e representou pelas medidas cabíveis”, completou o chefe de operações do Deint.
A investigação da Polícia Civil confirmou a participação de dois dos suspeitos, que foram denunciados pelo Ministério Público. Outros dois estão sendo investigados e um quinto homem, ainda não identificado, aparece em imagens registradas no momento da ação criminosa.
A atuação demonstra a importância do trabalho integrado para o enfrentamento de crimes organizados e interestaduais.
Segundo o delegado Matheus Fraga, responsável pelo caso, os suspeitos têm atuação confirmada em diferentes Estados e integram uma organização criminosa especializada em furtos a joalherias de shopping centers, com métodos sofisticados e ações planejadas com base na rotina dos estabelecimentos.